A Aldeia de Castro Laboreiro
Duas palavras que encontro para a descrever: silêncio e tranquilidade!
A freguesia de Castro Laboreiro, fica localizada no topo da Serra do Penedo (a mais de mil metros de altitude) em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês.
Faz fronteira com as terras da Galiza, a norte e nascente, com Arcos de Valdevez, a sul e poente e com Lamas de Mouro, a poente.
Google maps: link
Resultado do isolamento vivido ao longo dos tempos, Castro Laboreiro continua a ser uma Aldeia emblemática, onde ainda se encontra muito património histórico e cultural intactos - quer na arquitetura, quer paisagem ou mesmo no modo de vida, muito virado para o espírito comunitário
Estando a aldeia localizada no cimo da montanha, levou a que os castrejos (os castros eram povoados fortificados situados num lugar estratégico para facilitar a defesa da população) defendessem os seus costumes, e tradições de todas as influências estranhas, e que ainda hoje persistem. Uma dessas tradições é a das inverneiras e das brandas - Em meados de Dezembro, com a chegada do frio e dos nevões, as populações de Castro Laboreiro pegam nas suas roupas, utensílios caseiros e de lavoura e “tangendo o gado, migram em massa para os vales, onde possuem uma segunda casa e uma segunda aldeia.”. E ficam na Inverneira, abrigados do frio, até meados de Março.
O rio laboreiro ajuda na criação do cenário de rara beleza. Nasce no planalto e corre em direção ao rio Lima, com cerca de 20 km de curso onde se verificam a formação de dezenas de ribeiros, rápidos e cascatas propícios à prática de desportos aquáticos assim como da pesca desportiva.
No decurso do rio encontram-se pontes romanas, românicas e também de estilo celta
Outra coisa a não perder... a gastronomia! Para disfrutar, a escolha foi o "Miradouro do Castelo"
"O Miradouro do Castelo foi fundado em 1989, aquele que seria uma dos primeiros Restaurantes de Castro Laboreiro rapidamente se transformou numa referência da região"
Referência? humm... a vista é de facto espetacular!
... e o seu Castelo
Escavações realizadas no interior do castelo permitiram encontrar vestígios de ocupação humana no Paleolítico e durante o período castrejo.
Para lá chegar, temos que palmilhar um pouco:
Está quase...
Valeu o esforço...
No séc. X, D. Rosendo, bispo de Mondonhedo e administrador de Santiago de Compostela, por ordem do do rei de Leão e Castela, procurou dotar a região norte de Portugal e a Galiza de fortificações que impedissem as investidas dos Árabes e Normandos. Castro Laboreiro teria sido uma delas e sob a forma de um castelo roqueiro (Denominam-se castelo roqueiro as primeiras estruturas amuralhadas defensivas surgidas em Portugal ao longo dos séculos IX e X, período ao qual a maior parte dos medievalistas apelidam como "primeiro encastelamento" do futuro território português).
Contudo e apesar da sua inacessibilidade, acabou por ser tomado pelos Mouros e Galegos, tendo sido a estes reconquistado por D. Afonso Henriques em 1141. O P.e Aníbal Rodrigues escreveu sobre o episódio da reconquista: “A 16 de Abril de 1141, D. Afonso Henriques e os seus homens de armas, subiu a Castro Laboreiro, pôs cerca ao castelo, durante oito dias, e tomou-o aos galegos. Foi a Madre Abadessa do Convento de Paderne, Melgaço, D. Elvira Sarracim que forneceu a D. Afonso Henriques alimentação, através de moios de trigo, milho e vinho. D. Afonso Henriques como prova de reconhecimento pelos serviços prestados, concedeu carta de couto ao referido convento, com a obrigação de este dar pousada aos pobres e peregrinos com reduzidas possibilidades”